Noites escuras virão derramar lágrimas presas. Algumas vezes derramarão sangue. As lágrimas que não querem sair e o sangue que implora pela liberdade.
O sangue é o choro mais sincero de quem o mundo assombra, o medo de ser, medo de não ser, medo de saber, ou de não saber... Tantos entre vários medos que não se sabe ao certo como e porquê surgem, mas eles surgem e então deixamos de ser, de viver.
O que somos? Estamos vivos? Não sabemos. Então a pele grita pelo choro do sangue quente, lembrando que o sangue está nas veias, e se ele ainda está somos algo e algo que vive.
O sangue é quente, mas não queima, as lágrimas são quentes e queimam a face de quem as libertam, e cada lágrima que cai faz a face em brasas noturnas.
Desejo de chorar sangue e lágrimas que queimam os olhos e a face, assim são as noites de quem não sabe mais se está vivo mesmo ou apenas se iludindo de que vive.
- Bianca Queiroz