Bem-vindos ao meu blog....

Às vezes, as palavras de outras pessoas, traduzem os meus sentimentos, e os outros se transformam em mim, e em outras vezes, minhas palavras traduzem os sentimentos alheios, e eu me transformo nos outros.
Vivo nesta louca metamorfose.
-- Bianca Queiroz

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Ilusão da vida

Noites escuras virão derramar lágrimas presas. Algumas vezes derramarão sangue. As lágrimas que não querem sair e o sangue que implora pela liberdade.
O sangue é o choro mais sincero de quem o mundo assombra, o medo de ser, medo de não ser, medo de saber, ou de não saber... Tantos entre vários medos que não se sabe ao certo como e porquê  surgem, mas eles surgem e então deixamos de ser, de viver.

O que somos? Estamos vivos? Não sabemos. Então a pele grita pelo choro do sangue quente, lembrando que o sangue está nas veias, e se ele ainda está somos algo e algo que vive.

O sangue é quente, mas não queima, as lágrimas são quentes e queimam a face de quem as libertam, e cada lágrima que cai faz a face em brasas noturnas.

Desejo de chorar sangue e lágrimas que queimam os olhos e a face, assim são as noites de quem não sabe mais se está vivo mesmo ou apenas se iludindo de que vive.

- Bianca Queiroz

sábado, 6 de maio de 2017

Te amo, mas não gosto de ti.

Em um sociedade que se tornou extremista, onde tudo é amor eterno ou ódio absoluto, é difícil entender que amor e ódio não são opostos. O oposto do amor (e do ódio) é simplesmente a indiferença.

Amor e ódio podem coexistir em alguém em relação ao outro. Como? Observem os casais que se amavam e depois do término se odeiam, ou amizades de anos que se destroem e transformam-se em ódio absoluto o que antes era amor e cumplicidade. O ódio não é o contrário do amor pela simples razão que tu podes sim amar uma pessoa e odiar as atitudes, ou palavras ou algo nela, principalmente quando se ama alguém ambíguo, que em palavras é uma coisa e em atitudes é outra.

Amar realmente é aceitar esse ódio, é perdoar palavras mal ditas ou erros bem feitos. E é recíproco quando ao mesmo tempo o outro tenta não errar de novo, mesmo que ele erre, ele estará tentando não errar, pois ele também te ama.
Claro que isso não é regra cuspida, existem diversos tipos de amor, mas quando te prende, te corta, te faz mal, não é nem amor, nem ódio... É sentimento de posse.

Ódio é alguém te machuca e tu não perdoas, guarda mágoas, rancor (ele mentiu pra mim, eu o odeio)... Às vezes ódio é medo (eu odeio aranhas)...

Amor e ódio. Faces da mesma moeda. Coexistindo dentro de todos e de diversas formas.

A indiferença não precisa ser citada, ela não liga, não se importa. E onde ela está não há lugar nem para o amor e nem para ódio.

-Bianca Queiroz

domingo, 9 de abril de 2017

Eu amo o futuro que a gente não teve

Tudo o que eu amo em nós, é exatamente tudo o que nunca chegou a acontecer. Eu amo aquele beijo roubado no meio de uma tarde chuvosa, que secou enquanto eu aguardava pelos seus lábios. Amo aquele jantar romântico no meio de uma praia deserta, que a gente não chegou a fazer. Amo o buquê de flores no dia dos namorados, que você não me entregou, porque entre tantas idas e vindas, nós nunca duramos até lá. Amo todas as declarações de amor que ficaram caladas dentro de você. Amo as promessas que não puderam ser cumpridas, as brigas que a gente não desfez com risadas em cima da sua cama, as viagens esquecidas em um amanhã que jamais vai chegar, os nomes dos filhos que a gente não deu, as músicas que não se tornaram nossas trilhas sonoras. A história que não conseguimos viver, porque você acabou estragando antes que tivéssemos chance de começar.

Amei o romance que eu montei e encenei dentro dos meus devaneios antes de pegar no sono. Amei cada surpresa que você não me fez, cada abraço que você não me deu, e cada instante que a sua mão quase foi esquecida em cima da minha, mas aí você lembrava que dentre todas as coisas que cercavam a sua vida, aquela era a menos importante. Eu era a menos importante. E mesmo assim eu amei a ideia de poder ser o seu primeiro pensamento do dia. Amei as mensagens durante as madrugadas frias de inverno que a gente não trocou, amei os filmes românticos nos finais de domingo que não vimos, as séries que a gente não chegou a acompanhar ao mesmo tempo, amei os livros entreabertos e inacabados perdidos dentro da estante com o desejo de que, como eles, a gente durasse um pouco mais. Amei a vontade de que fosse você.

Eu queria que a gente desse certo, sabe? Eu queria mais do que tudo que a gente desse certo, porque eu acreditava que só podia ser feliz se fosse com você, eu só queria ser feliz se fosse com você. O meu erro foi não ter percebido que cê não queria o mesmo. Durante um bom tempo eu estive tão cega pela ânsia de um futuro ao seu lado, que mal pude ver que ali, logo no começo, pouco caminhávamos juntos. Você estava sempre apressado, ocupado, cansado, e eu, tola, fui ficando pra trás, fui me perdendo da consciência de que não existia nada e acabei tornando você o meu tudo. Eu sonhei acordada com um punhado de coisas que nunca aconteceram, porque você nunca fez muita questão de que elas desse certo, você nunca fez muita questão de nada entre nós dois. No fim, eu acabei amando uma história que nem chegou a acontecer, chorei por um futuro que nem ao menos tinha como se concretizar e por um amor que não podia existir, porque o cara que eu amava não era você, ele não existia, era o príncipe encantado que eu criei e quis, muito, que fosse você. Fomos um romance esquizofrênico, até que bonitinho dentro de mim, mas do lado de fora um grande desastre, desses que apertam a alma e deixam cicatrizes eternas. Eu amei uma história, que de real só teve a ferida que ficou depois do final.

Fonte: http://www.novaperspectiva.com/2015/09/eu-amo-o-futuro-que-gente-nao-teve.html
"Eu sou o tipo de pessoa que não esquece, não consigo conviver sem saber os detalhes e por os pingos nos i’s, eu tenho uma obsessão pela verdade, tenho que saber o porquê, senão a dúvida me consome…"

— Noctuam. (tumblr)

domingo, 2 de abril de 2017

Às vezes tu vives uma vida que não és tua. Dói, eu sei o quanto dói. Às vezes tu fazes coisas pra "agradar" outros, e isso te dói, eu sei que dói. Tens medo de perder amizades, pessoas próximas... mas às vezes é necessário ser alguém diferente, mesmo que te faças perder pessoas, (talvez essas pessoas nem merecessem estar contigo), ser diferente é normal, o não normal é odiar alguém por ser de tal jeito, ou odiar alguém porque não ama quem tu amas, ou da mesma forma que tu. Sei que dói ser quem tu não és, por muito tempo fui quem eu não queria ser, e isso me fez um dia desistir até da própria vida...
Olha, não desistas! Não agora, acredite mais em si mesmo, mereces isto. Eu acredito em ti, acredite também!

-Bianca Queiroz

segunda-feira, 27 de março de 2017

O teu amor era pirata...

Hoje conversando com uma amiga ela me confessou "nunca pensei que ele fosse ser tão idiota comigo" então eu respondi "a gente nunca sabe", essa é uma verdade inquestionável, nós conhecemos aquilo que as pessoas querem nos mostrar, e principalmente quando se está relacionado com relacionamentos amorosos. Você conhece uma pessoa maravilhosa, carinhosa, que te mostra sempre o melhor lado dela, mas isso é só pra te conquistar, depois que vocês terminam (ou antes) a pessoa se mostra uma completa idiota, escrota e vários adjetivos afins. E foi assim com a minha amiga, e comigo e com milhares de outras pessoas, se você quer saber com quem você ta se relacionando, simplesmente rompa o relacionamento, vai ver uma transformação de ouro pra alumínio, basicamente. E isso não é só com relacionamentos amorosos, ah, não mesmo, amigos também fazem isso e talvez façam até mais, quem nunca brigou com uma amiga e essa mesma amiga saiu por aí falando todos os seus segredos e fazendo de tudo pra te difamar? Creio que tem sempre alguém que passa, passou ou vai passar por isso.

É raro encontrar alguém que a amizade ou o amor, depois que "acabam" o respeito tenha continuado, ou até mesmo o próprio sentimento. Aquela pessoa que falava que te ouviria que estaria do seu lado, simplesmente te ignora, te abandona e ainda por cima sai falando coisas que te magoarão, de propósito. Eu nunca vou entender esse tipo de pessoa, como alguém pode ser tão cruel com alguém que ela ou ele já disse amar? É desumano, é cruel, é sujo... 

O mundo ta cheio de pessoas que fazem isso o tempo todo e se escondem atrás de argumentos como "estou só sendo sincero, franco, realista..." não, amigo, você está sendo escroto pra caralho e sem caráter. Às vezes ainda existem pessoas que distorcem tudo que vocês já conversaram só pra poder sair por cima de uma situação, e fazer você se sentir mal por isso, enquanto ele (ou ela) mente pra si mesmos só para poder dormir com a suposta consciência "limpa" (que geralmente é mais suja que pau de galinheiro).

Talvez por isso que nós devamos nos relacionar com pessoas que conhecemos bem, senão acabaremos convivendo com alguém que nem se quer gosta de nós de verdade e não saberemos o quão escrota essa pessoa é, o quanto ela é suja por dentro.

Então para minha amiga e tantas outras, fica essa pequena dica (e pra mim mesma também).


-Bianca Queiroz


sábado, 25 de março de 2017

É sobre desistir...

Eu não sei. 
Poderia simplesmente dizer que jamais haverá esperanças de que algo volte a ser como era, porém estaria eu mentindo amargamente para mim mesma, sim, eu ainda tenho esperanças, mesmo que sejam bem pequenas e mesmo que eu tenha certeza que nada voltará, ainda bate no fundo do peito aquele pequeno sentimento de "e se", aquele sentimento de que talvez haja ainda uma segunda chance, mesmo que quase inexistente de possibilidade. Sabe aquela história, né? Noventa e nove porcento de chance de que não aconteça, mas eu me pego pensando na possibilidade de aquele um porcento; "e se?".

O "e se" deixa sempre aquele gosto de "pode ser que aconteça algo que eu jamais poderia esperar", afinal a vida é assim, cheia de coisas que não sabemos como e nem por quê, mas acontecem, e muitas vezes nas menores possibilidades, nos "um porcentos" da vida.

Então mesmo que eu negue, esbraveje aos quatro ventos que não acredito mais em nós, eu ainda penso na possibilidade do um porcento aparecer e mudar tudo, até porque foi de uma possibilidade quase mínima que surgiu por acaso o "nós". Então porque não deixar esse pequeno sentimento aqui, deixa ele quieto, guardado, se um dia ele não acontecer eu posso dizer que eu já sabia que era impossível, mas se ele acontecer, eu simplesmente vou dizer que no fundo, bem naquele pequeno espaço do meu peito onde bate um coração, sempre houve um pouquinho de esperança. 

Eu não desisti, mas sei que as chances são quase nulas.


-Bianca Queiroz

Trago?


Sinto o gosto do cigarro. É ruim.
Trago o cigarro com intensa força de ter algo aqui dentro mesmo que um pouco de fumaça amarga, tão amarga quanto a ilusão que a vida traz algumas vezes. 
Trago o cigarro com o desejo de trazê-la por mais um pouco de tempo, mesmo que ilusório, apenas em minha mente. 

Sinto o gosto do cigarro. Já não é mais tão ruim.
Trago o cigarro ao poucos, saboreando cada trago que lembra-me que não a trago comigo.
Trago o cigarro com volúpia, com desejo, na boca apenas o cigarro, não há mais beijos. 

Sinto o gosto do cigarro. É bom.
Trago o cigarro... mas não a trago no peito. Não mais.
Trago o cigarro, é mais seguro que trazê-la comigo. É menos nocivo.

Um dia talvez ele me faça algum mal. Talvez um dia ele até me mate.
Ela? Levou um pedaço de mim, e cada partida me matou um pouco.

Não foi o fim do mundo, mas sim, algo dentro de mim morreu e morreu levando um pouco da minha vida, mesmo que uma pequena parte, mesmo que um pedacinho, era um pedacinho de mim, aquele pedacinho que eu guardei com carinho para ela, eu deveria ter guardado para o cigarro, porque ela já se foi há muito tempo, o cigarro ainda está aqui, só ele me sobrou de tudo que passou, de tudo que a vida me trouxe.

A verdade é: 
Trago o cigarro para esquecer que ainda a trago no peito. Trago ele na boca, mas não ela. Não mais.

-Bianca Queiroz